quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A COROA DE OURO




No século II a.C, o rei de Siracusa , Hieras II, pediu a um ourives que fizesse uma coroa real em ouro puro.

Noventa dias após o pedido o artesão lhe enviou uma belissima peça finalmente cinzelada. A coroa pesava exatamente o mesmo que lhe havia fornecido em ouro para execução do trabalho. Ao observá-la contra a luz, Heiras se pergunta se o ourives não teria misturado ouro e prata para produzir a jóia. chamou Arquimedes, matemático e engenheiro de talento que estudava justamente o volume dos objetos esféricos e cônicos.

Infelizmente, a peça era muito delicada para que Arquimedes pudesse determinar com rigor uma eventual anomalia entre a massa e volume. Só lhe restava então uma solução para ficar com a consciência tranquila: alterar definitivamente o objeto, fudindo-o. O problema parecia, literalmente insolúvel.

Após observar, no banho, que conforme seu corpo mergulhava, a água subia, Arquimedes saiu de sua banheira gritando a célebre expressão: "EUREKA". Ele correu completamente nu pelas ruas de Siracusa para aumentar sua descoberta, que redigiu a seguir sob o nome de Tratado dos corpos flutuantes.

Segundo o príncipio fundamental da hidrostática, que leva hoje seu nome, pode-se calcular o volume da coroa mergulhando-a na água e medindo o volume de água deslocado.
O artesão foi então desmascarado: a coroa havia sido fabricada a partir de uma liga de ouro e prata.

Arquimedes parte de um problema que fundou sua pesquisa em 4 fases a seguir:

Preparação: Surge sob a forma de cálculos iniciais com vistas a encontrar uma solução analítica, a partir de hipóteses. Esta fase corresponde a um estudo minucioso do objeto de pesquisa, por meio de sua descrição, sua formulação e o reagrupamento dos dados disponíveis. A coroa precisou ser medida muito atentamente.

Incubação: Frequentemente a mais longa , corresponde a uma gestação mais ou menos consciente das soluções. Um mecanismo de recombinação, memorização, distanciamento, rejeição de hipóteses e reconstituição fixa o problema e cerca possíveis soluções.

Iluminação: Manifesta-se no processo como uma ruptura: uma solução surge sem que se possa relacioná-la claramente às tentativas de compreensão que a precederam.

Verificação:
precisa apenas dedicar à experimentação de sua idéia.


Tente localizar as quatro fases de sua reflexão, descritas acima, a partir das seguintes situações:

- Como você elaborou o ultimo churrasco que organizou?
- Como você organizou suas ultimas férias?
- Como você decorou sua sala de estar?

Neste exemplo, a Criatividade aparece como um diálogo contínuo entre o objeto de pesquisa(coroa) e o sujeito que estuda( Arquimedes). Mesmo que pareça resultado de um caminhar linear e evidente, a solução se dá a partir de muitas variáveis: a personalidade e a vontade do sujeito, o conjunto de conhecimentos, um pouco de sorte ou de desvios irracionais, um contexto histórico ou ideológico, etc.

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